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• Quais são os desafios para escalar a automação de processos?
• Em qual estágio está a maturidade da sua automação de processos?
• Como a Inteligência Artificial torna a automação de processos mais inteligente e escalável?
• Principais aceleradores e travadores
• Conclusão: automação inteligente como motor estratégico
A automação de processos voltou a ocupar o centro das agendas executivas. Com Eficiência Operacional e o uso de Inteligência Artificial Generativa em destaque nas estratégias de muitas empresas, a automação de processos passa a ser pré-requisito obrigatório. No entanto, muitas organizações ainda enfrentam o desafio de evoluir suas iniciativas além de alguns poucos procedimentos isolados, que têm dificuldade em comprovar seu retorno.
Neste artigo, vamos explorar os principais desafios para alcançar ganho de escala, os estágios da jornada de maturidade de iniciativas de automação e como a Inteligência Artificial (IA) pode potencializar o desempenho, desde que haja uma base sólida por trás.
Quais são os desafios para escalar a automação de processos?
Muitas iniciativas começam com expectativas altas, mas poucas conseguem evoluir em larga escala. Entre as barreiras mais comuns estão:
Iniciativas isoladas e sem estratégia
A área de tecnologia é pressionada pelo “modismo” a usar tecnologias como o RPA e automações agênticas. Buscam um ou dois pilotos no negócio que, pontualmente, trazem satisfação. Porém, sem uma estratégia mais ampla, o investimento em ferramental e suporte tecnológico logo se mostra mais caro do que os pequenos ganhos locais conquistados sem continuidade.
Foco em resultados táticos
O backlog de automações vira uma “pastelaria” dos times que querem se livrar de trabalhos manuais, sem um pensamento estratégico e crítico sobre o que deve, de fato, ser automatizado. Nesse cenário, é alto o risco de um programa de automações de ineficiências que nem deveriam existir na empresa.
Ausência de KPIs conectados aos objetivos do negócio
Para ganhar patrocínio e espaço nos principais projetos estratégicos da empresa, o uso de tecnologias de automação de processos deve estar diretamente ligado ao atingimento de indicadores que movam o ponteiro do negócio de forma clara e incontestável.
Muitos dos nossos clientes chegaram até a Bridge pedindo nosso apoio justamente nesse ponto. Já possuíam um núcleo organizacional dedicado a gerenciar múltiplas automações espalhadas pelo negócio, mas com uma grande dificuldade de demonstrar o valor necessário para alcançar um novo patamar de investimentos. Ou pior: encontravam-se em um cenário em que precisam evitar um desinvestimento total em automação de processos.
É justamente para superar esse ponto de estagnação que o conceito de jornada de maturidade se torna fundamental. Ele ajuda a entender que cada organização percorre etapas e que a evolução depende da consolidação de pilares ao longo desse caminho.
Em qual estágio está a maturidade da sua automação de processos?
Escalar a automação requer evolução contínua. A maturidade das iniciativas pode ser entendida em cinco estágios, cada um representando avanços em estratégia, estrutura organizacional, métricas, foco e tecnologia:
À medida que a empresa avança nesses estágios, iniciativas isoladas passam a se conectar a uma visão estratégica maior, criando uma base consistente para a automação inteligente. Vale destacar que a presença de IA se encaixa em um nível mais avançado de maturidade. Ou seja, tentar trazer esse elemento antes de estabelecer uma base sólida em automação de processos aumenta as chances de gerar frustrações.
A Inteligência Artificial deve entrar como um catalisador da evolução da estratégia de automação de processos, e isso precisa acontecer no momento certo.
Como a Inteligência Artificial torna a automação de processos mais inteligente e escalável?
Podemos aplicar a IA de diferentes formas ao longo da jornada de maturidade. Ela pode ser usada na evolução das próprias automações, como, por exemplo, na construção de automações agênticas que resolvem problemas e processos cada vez mais complexos. Também pode apoiar a evolução das atividades do próprio ciclo de vida da construção das automações, contribuindo para elevar ainda mais a maturidade da organização do tema.
| Fase | Tradicional | Com IA e Agentes Inteligentes |
| Descoberta | Manual | Insights via logs e IA preditiva |
| Design | Mapeamento manual | Fluxos gerados por prompts |
| Dev | Scripts manuais | Código e testes por IA |
| Execução | Bots frágeis | Self-healing e visão computacional |
Essa combinação de estrutura madura e IA transforma a automação em uma ferramenta resiliente, capaz de gerar valor de forma consistente.
No entanto, chegar à escala não é apenas sobre ter tecnologia disponível ou um número grande de bots em funcionamento. O que realmente determina o sucesso é a capacidade de fortalecer os fatores que impulsionam a maturidade e, ao mesmo tempo, eliminam os obstáculos que comprometem o avanço. Em outras palavras, a jornada exige equilíbrio: tão importante quanto acelerar é saber o que pode travar o progresso.
A seguir, destacamos alguns dos principais aceleradores e travadores que influenciam diretamente a jornada de automação em larga escala:
Aceleram
- Governança clara e CoE estruturado
- Métricas ligadas ao negócio
- Arquitetura conectada e escalável
- Capacitação contínua (técnica e cidadã)
Travam
- Fábrica externa como único pilar
- Falta de patrocínio executivo
- Stack tecnológico fragmentado
- Ausência de integração com áreas de negócio
Além disso, algumas perguntas que fazemos aos nossos clientes ajudam a identificar onde podem estar os potenciais gargalos:
- Existe algum profissional da sua empresa com dedicação exclusiva ao programa de automação de processos?
- O tema automação de processos está presente nas reuniões executivas da companhia? Projetos são apresentados e resultados de retorno são periodicamente cobrados diretamente pelo board?
- O que vem primeiro na empresa: a necessidade de dizer para o mercado que está usando Gen AI ou a necessidade de mostrar que está sendo eficiente em atingir resultados melhores e sustentáveis, mesmo que isso ainda não envolva IA?
- O processo de busca de patrocínio orçamentário para as iniciativas de automação de processos é mais penoso quando comparado a outros projetos estratégicos da empresa?
- Existe uma definição clara e deliberada sobre quais ferramentas serão utilizadas para escalar automações?
- Se uma empresa terceira saísse repentinamente da sua operação de automação de processos, sua organização teria know-how para dar continuidade ao programa?
Essas perguntas ajudam a avaliar, na prática, onde podem estar os reais gargalos que impedem suas iniciativas de automação de processos de ganhar tração e escala.
Conclusão: automação inteligente como motor estratégico
A Inteligência Artificial potencializa a automação, mas não substitui a necessidade de consistência, clareza de direção e governança sólida. Para escalar, é preciso maturidade em múltiplos pilares, integração entre áreas e métricas alinhadas aos resultados de negócio. Com esses elementos, a automação deixa de ser apenas uma ferramenta operacional e passa a ser um motor de eficiência, inovação e vantagem competitiva.
Se sua organização deseja avançar na maturidade da automação inteligente e explorar todo o potencial da Inteligência Artificial, podemos apoiar essa jornada, garantindo que a automação seja escalável, estratégica e alinhada aos objetivos do negócio.
Sócia-Diretora e cofundadora da Bridge & Co., além de Conselheira de empresas de tecnologia. Especialista em práticas de Transformação Ágil e Estratégia Digital, é Engenheira de Produção pela UFRJ e possui MBA Executivo pela Fundação Getúlio Vargas. Desenvolveu sua carreira como empreendedora e consultora, com foco nas disciplinas de engenharia de processos de negócio, gestão de serviços, governança, agilidade e transformação digital, tendo apoiado dezenas de organizações a repensarem estrategicamente o uso de tecnologias digitais em seus negócios.
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